sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

 

Vulcões

Tudo é frio e gelado. O gume dum punhal
Não tem a lividez sinistra da montanha
Quando a noite a inunda dum manto sem igual
De neve branca e fria onde o luar se banha.

No entanto que fogo, que lavas, a montanha
Oculta no seu seio de lividez fatal!
Tudo é quente lá dentro... e que paixão tamanha
A fria neve envolve em seu vestido ideal!

No gelo da indiferença ocultam-se as paixões
Como no gelo frio do cume da montanha
Se oculta a lava quente do seio dos vulcões...

Assim quando te falo alegre, friamente,
Sem um tremor de voz, mal sabes tu que estranha
Paixão palpita e ruge em mim doida e fremente!

Florbela Espanca


Comentários: Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]





<< Página inicial

Autores

Especiais

Arquivos

janeiro 2007   fevereiro 2007   março 2007   abril 2007   maio 2007   julho 2007   setembro 2007  

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Assinar Postagens [Atom]