A chuva é uma dádiva da natureza, meus amigos, é sim.
Quisera eu que chovesse todas as tardes, numa harmonia sem fim,
Que atrapalharia os trabalhadores, afoitos por descanso durante o dia ruim.
Reclamam da dádiva por não estarem numa rede balançando assim.
Quisera eu poder pensar na sutileza da chuva
Sem lembrar dos que moram na rua
e que transformam a magia desta melancolia
numa realidade suja e fria.
Afinal, parece que não posso dar asas ao sonhador,
pois quando tento, a realidade me ofusca com a dor.
Mas já que os nossos jardins são feitos de opostos,
posso ajudar quem não pode, e poetizar meus esforços...
O quê a noite me lembra?
Alguns pecados, algumas decisões,
e a esperança de um novo dia
que começa amanhã...
...e que não preciso saber se termina como o de hoje.
Tenho medo da dor
De sentir dor ao morrer
De perder os olhos
Mas se os perder
Prefiro morrer...
Tenho medo de ter medo
Na hora errada
Em que precisarei não ter medo
Mas se o medo só é quando não temos coragem
Como não vou ter medo se não tenho coragem?
"Apoie-se no medo" dizem
"Nos torna mais fortes"
Então todo vencedor é mais forte ou mais medroso?
"Nem toda situação necessita de coragem
a coragem pode ser burrice e, por conseguinte, fatal."
O medo, então, é parente da prudência?
Todo homem está sujeito aos pesares da sociedade, e por tal corre muitas vezes o perigo de esquecer de si mesmo em degradação entre outros ao seu redor. Quero com isto dizer que não sou melhor que ninguém, muito menos pior, mas tento ser "menos errado", e cobater o lado negativo da coercitividade em mim.
Pra isso acredito que a misantropia munida de papel e caneta seja o melhor, mas não sou um aspirante a Fernando Pessoa, pois prefiro pensar que sou um influenciado por ele, e como tal, um livro aberto a quem quiser ler.
Então, se estás lendo isto, é porque algo que escrevi te chamou a atenção, e espero ter sido de forma positiva. Quero dizer que estou aberto à críticas e sugestões, a elogios e reclamações, à uma conversa e à uma amizade. Obrigado pela visita.
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